Exterminador do Futuro - Destino Sombrio | Crítica: Salvo pela nostalgia, filme da final digno à fra
Exterminador do Futuro - Destino Sombrio é o sexto filme da franquia e, aparentemente, o último (Imagem: Fox / Divulgação) É inegável que a franquia Exterminador do Futuro se tornou uma das maiores de todos os tempos. Além de ser um avanço para sua época graças a trama futurista e apocalíptica, a questão gráfica foi um fator de impacto para essa afirmação. Indo mais além, a franquia se estabeleceu como um ícone da cultura pop graças à atuação de Arnold Schwarzenegger, o eterno 'Terminator'. Tudo que foi citado acima causa um peso maior em Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, uma vez que a responsabilidade de James Cameron ao retornar à sua franquia, além de trazer os dois atores principais, é gigantesca. Todavia, graças a genialidade do diretor, a maestria de Schwarzenegger e a presença de Linda Hamilton em tela, o que tinha chance de dar muito errado, acabou dando certo e honrando todo um legado. Para realizar este filme, o diretor James Cameron optou por seguir uma rota mais segura e repetir a fórmula do primeiro longa. Entretanto, esta alteração traz consigo a adição de duas novas personagens que assumem, na teoria, o protagonismo do longa: Dani Ramos (Natalia Reyes) e Grace (Mackenzie Davis). Guardadas as devidas proporções, temos Dani equivalente a Sarah Connor (Linda Hamilton) e Grace a T-800 (Arnold Schwarzenegger). Todavia, as comparações acabam por aqui, já que apesar de trazer sangue novo à franquia, o roteiro não contribui para que as novas personagens criem uma empatia e se relacionem com o público. A escolha de trazer a latina Dani Ramos como a salvadora do futuro da humanidade serve nas cenas de flashforward, mas é constante a sensação de que no presente a personagem trata-se apenas de um fardo para os demais personagens, limitando a sua importância apenas com o que ainda terá capacidade de realizar. O mesmo caso se aplica a Grace, mas por outra vertente. A humana aprimorada do futuro retorna ao passado para proteger Dani, porém, mais uma vez o roteiro fracassa em criar uma relação dela tanto com o público quanto com a sua própria protegida. Claro que sabemos que quando se trata da franquia Exterminador do Futuro esperamos uma personagem badass, mas o excesso de trejeitos e frases de efeito da personagem trazem mais um ar de chateação e arrogância.
Grace (Mackenzie Davis) e Dani Ramos (Natalia Reyes) se esforçam, mas não convencem o público em tela (Imagem: Fox / Divulgação) O mesmo não pode ser dito do novo Exterminador modelo Rev-9 (Gabriel Luna). É difícil interpretar um personagem com pouquíssimas falas durante um filme e com cenas de ação elaboradas com muito CGI, mas o ator supera as expectativas e traz aquilo que se espera de um vilão ameaçador: frieza, ódio e a sensação de que a qualquer momento ele conseguirá vencer. Os trejeitos assassinos e o jogo de olhar do ator impressionam, que em muitas situações consegue passar ao público uma atuação com muito mais efetividade do que as protagonistas, por exemplo, que estão recheadas de frases clichês e sem sentido. Aliás, o trabalho de James Cameron segue a mesma linha de seus trabalhos nos dois primeiros filmes da franquia, com cenas de ação de tirar o fôlego, CGI de alta qualidade e uma história com início, meio e fim. Não da para negar que seu retorno é muito importante, já que em diversas cenas encontramos easter eggs e referências aos dois primeiros filmes, resultando em um ótimo produto que faz jus àquilo que Exterminador do Futuro representa do universo da cultura pop.
O androide Rev-9 (Gabriel Luna) traz aquilo que se espera de um bom vilão exterminador (Imagem: Fox / Divulgação) Apesar de ser pouco incomum em uma crítica, o item principal ficará para o final desta vez, já que não há o que reclamar das atuações de Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton. O retorno dos atores à franquia não traz apenas o sentimento nostálgico dos fãs que assistiram aos primeiros filmes do Exterminador do Futuro, mas é o que sustenta o filme a partir do momento em que cada um faz sua aparição em tela. A jornada de Sarah Connor após evitar o apocalipse da Skynet é genial, sendo mostrada ao público através de cenas que consertam a linha temporal do filme e nos explica como a situação atual é plausível. Linda Hamilton volta às telonas em grande estilo, trazendo uma personagem imponente e que chega batendo com os dois pés na porta, roubando a cena e mostrando que não perdeu a majestade daquela franquia na qual fez parte do pontapé inicial. O mesmo pode ser dito de T-800, que não se limitou apenas em trazer o chamado ‘fan service’ à franquia que o consagrou para Hollywood, mas que soube trazer sua experiência e entendeu suas limitações para retornar ao circuito dos blockbusters em alta. Inclusive, a jornada do personagem é surpreendente, consertando pontas soltas de toda franquia, e chegando a um ponto onde o público finalmente descobre o que acontece ao personagem pós Skynet.
O retorno da dupla Sarah Connor (Linda Hamilton) e T-800 (Arnold Schwarzenegger) é o item principal para o bom andamento do filme (Imagem: Fox / Divulgação) Exterminado do Futuro: Destino Sombrio é um filme voltado tanto para a nova geração quanto para quem acompanhou o início da franquia, mas deve se atentar a questão dos repetitivos reboots e sequels de Hollywood. Honrar o trabalho feito no passado e entregar um produto de qualidade satisfaz o público presente nos cinemas, então, resta ao estúdio saber a hora certa de parar e dizer "Hasta la vista, Baby" à aquela que reafirmou seu título ícone da cultura pop. Ou, pelo menos, deixar o longa engavetado por um bom tempo e dar um respiro aos fãs.
Nota: 3/5
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