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Liga da Justiça | Crítica - “Você não pode salvar o mundo sozinho”, mas a DC salvou seu Universo no


A união dos maiores heróis da editora DC Comics finalmente chegou aos cinemas na quarta feira (15), com a estreia de Liga da Justiça (2017). Com a direção de Zack Snyder e os protagonistas Ben Affleck (Batman), Gal Gadot (Mulher Maravilha), Henry Cavill (Superman), Ezra Miller (Flash), Jason Momoa (Aquaman) e Ray Fisher (Cyborg) completam o time de super amigos da DC.

Após a morte de Superman, Bruce Wayne e Diana Price vão em busca de recrutar pessoas com superpoderes para montar um time e combater um mal que está vindo de muito longe, com potencial de destruir a humanidade. A trama se baseia no universo do Quarto Mundo criado por Jack Kirby, onde o vilão Lobo da Estepe quer recuperar as três caixas maternas presentes na Terra.


Depois das críticas divididas de Batman v Superman: A Origem da Justiça (2016) e o sucesso de Mulher Maravilha (2017), o diretor Zack Snyder, com a supervisão do chefão Geoff Johns, tiveram que realizar uma série de mudanças para conquistar o público e a contestada crítica.

Snyder precisou alterar a tonalidade do filme, removendo a carga dramática densa dos personagens e suas questões filosóficas. Porém, por conta de problemas familiares, o diretor teve que abandonar o longa, fazendo com que a Warner colocasse Joss Whedon, o diretor de Os Vingadores (2012), para finalizar o filme.


Além do tom, o diretor também teve que modificar o ritmo da trama. Ao passo que Homem de Aço (2013) e Batman v Superman seguem bem lentos, alternando com grandiosas cenas de ação, Liga da Justiça é praticamente uma grande aventura. O andamento da história é acelerado e tende a se resolver rapidamente, como é prometido em um filme de apenas duas horas, quando se tem diversos heróis dividindo o protagonismo da trama.


O clima soturno de um mundo frio e mergulhado na violência, onde “criminosos são como ervas daninhas”, como já diria o Batman, mudou para um mundo no qual a esperança morreu junto com Superman, mas que tudo pode se tornar bem divertido com os nossos heróis unidos: Batman, Flash, Mulher Maravilha, Aquaman e Cyborg.


O personagem de Ray é um caso polêmico. Cyborg não é um personagem ruim. A questão é apenas que ele é muito sério. Sua introdução é bem colocada e sua química com o resto dos integrantes funciona. O fato é que o herói se encontra numa fase de autoconhecimento à medida que a narrativa avança. Sua presença como um personagem menos carismático ocorre devido a sua origem pesada.


Batman faz comentários de alívio cômico e não é mais tão sério e amargo quanto em BvS, o que pode vir a agradar ou desagradar alguns fãs ferrenhos do homem morcego. Mulher Maravilha continua maravilhosa como em seu filme solo, Flash e Aquaman são hilários e que deixam um gosto de quero mais.


A trilha sonora de Danny Elfman equilibra sua originalidade ao passo que homenageia as trilhas clássicas de Superman – O Filme (1978) e de Batman

(1989). Uma das melhores já feitas, ao lado da trilha sonora de Mulher Maravilha em seu filme solo, mas que talvez não seja memorável no futuro por causa da trilha sonora marcante de Hans Zimmer, antecessora a essa no Universo Cinematográfico da DC.


No filme, um dos pontos que mais chamaram a atenção é o excesso de computação gráfica e o uso de muito estúdio com Chroma Key ao invés de locações externas, o que de vez em quando pode incomodar o tanto de artificialidade. Contudo, vale ressaltar que Gotham City lembra muito a cidade gótica retratada em Batman (1989) e em Batman: O Retorno (1992), do diretor Tim Burton. Coincidência ou um belo fã service?


O maior problema de Liga da Justiça é o vilão Lobo da Estepe. Seu papel não é bem explorado, limitado apenas em sua trama de busca as caixas maternas, uma motivação que não apresenta consistência e apenas funciona como razão para a reunião dos heróis. Certamente em bem menos tempo de tela, Apocalypse, em Batman v Superman, demonstrou muito mais imponência que o Lobo da Estepe. A esperança de salvar a reputação do vilão fica por conta da expansão do universo, que pode nos mostrar que o Lobo da Estepe foi apenas um prenúncio de que algo maior está por vir. Mas isso é papo para outras pauta aqui neste humilde site.


Apesar de ser um filme compacto com duas horas de duração, a trama conseguiu alcançar seu desfecho sem deixar muitas brechas em seu roteiro, proporcionando um ritmo corrido e sem espaços para cochilos durante a sessão. Todavia, uma coisa que deve ser recorrente na saída das sessões de cinema será o sentimento de pessoas dizendo “que pena, o filme acabou muito rápido, eu queria mais”. Das poucas situações e cenas não resolvidas, já é possível ter a certeza que a Warner utilize sua já tradicional estratégia comercial e de marketing: versão estendida do diretor em Blu-ray.


Estratégia já tradicional da Marvel em seu universo cinematográfico, o filme possui duas cenas pós-créditos. A primeira delas não é tão relevante ao longa, porém se trata de um verdadeiro tributo e fã service aos amantes de quadrinhos. A segunda sem sombra de dúvidas possui total relevância ao futuro do universo cinematográfico da DC nos cinemas, deixando os fãs literalmente de cabelos em pé. Portanto, ao terminar o filme nem pense em levantar seu bumbum da poltrona.


Liga da Justiça é um filme esperançoso, curto, mas que retorna a momentos de nostalgia de ler HQs da editora. Contudo, ainda há falhas devido a muitos cortes, duração e seu vilão de CGI mal aproveitado. Porém, não influenciando diretamente na experiência do público. O longa lembra muito um episódio da animação Liga da Justiça: Sem limites criada por Bruce Timm. O universo expandido definitivo da DC Comics no cinema começou, ainda com muitas dúvidas e curiosidades que precisam ser explicadas, mas só vamos poder saber nos próximos anos.


Nota: 4 / 5



 

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