top of page
Alexandre Agassi

O que o Conselho Jedi achou de Han Solo? Uma conversa com Marcelo Forchin e Raul Maia na Greenk Tech


Durante o evento da Greenk Tech Show 2018, nós da Be Geeks falamos com os membros Marcelo Forchin e Raul Maia, do site Conselho Jedi. Um dos maiores sites fãs da franquia Star Wars daqui do Brasil, o CJ palestrou no sábado e no domingo do evento. Falaram sobre o que acharam do novo filme Han Solo: Uma História Star Wars (sem spoilers, é claro). Deram enfoque bem grande aos personagens, dizendo que gostaram de praticamente todos em geral, principalmente da versão do Han Solo, de Alden Ehrenreich, e Lando Calrissian, de Donald Glover, Tobias Beckett, interpretado por Woody Harrelson, Chewbacca, atualmente feito por Joonas Suotamo, e a robô L3-37, dublada pela atriz Phoebe Waller-Bridge. Ao final da palestra, também distribuíram pôsteres de Rogue One e de Han Solo aos que participaram e interagiram no painel.

Após o fim da palestra, fomos conversar um pouco com eles sobre o filme, mas deixamos o aviso de antemão que este texto, a partir daqui, contém spoilers do longa. Confira abaixo o que eles falaram:

Alexandre Agassi: Primeiramente, eu gostaria de perguntar o que vocês acharam da direção do Ron Howard, se foi uma decisão boa.

Marcelo Forchin: Foi decisão... não vou dizer que é ótima, mas assim foi a mais segura. Porque já é um cara conhecido, um cara de experiência, é um cara que já trabalha com a Lucasfilm desde os anos 70. Ele foi o ator principal de American Graffiti, o segundo filme do George Lucas, criador de Star Wars. Então eles tem uma relação muito antiga e muito boa. Não tinha como dar errado, além do que é um diretor de talento, né, ele já mostrou outras produções... Tem a filha dele que é muito talentosa, a Bryce Dallas Howard, que tá no próximo Jurassic Park. Então é um cara que tá com o cinema nas veias, vamos dizer assim. Pra mim não podia dar errado.

Raul Maia: Acho que a mão dele, a qualidade que ele trouxe pro filme foi o que salvou o filme de ser um fiasco. Pelo que a gente viu em notícias, o clima anterior do filme podia ser comparado com os Três Patetas de tão comédia que eles fizeram. E acho que Star Wars não pode fugir da proposta que os outros filme tem. Então eu acho que ele segurou o projeto, teve muito trabalho para readaptar, mas ele trouxe um nível de qualidade esperado para qualquer filme de Star Wars.

Alexandre Agassi: E como o Marcelo já até falou que ele [o diretor Ron Howard] já conhece a Lucasfilm de muito tempo, então foi uma atitude mais segura, pra ficar numa zona de conforto ao invés de arriscar outro diretor? E vocês acham que o filme Han Solo tá no mesmo nível de outros filmes do Ron Howard, como Uma Mente Brilhante, Apollo 13, O Código Da Vinci?

Marcelo Forchin: Primeiro você falou da questão da segurança.

Alexandre Agassi: Sim, sobre a zona de conforto.

Marcelo Forchin: Sobre a zona de conforto. Olha, é possível. Eu não duvido que tenha sido porque tanto quando saiu o episódio VII quanto episódio VIII, eles [a Lucasfilm] receberam críticas massivas, porque não era o que o pessoal estava esperando. Agora que está o negócio: você esperar que um filme seja do jeito que você tem ele na cabeça é melhor nem ir no cinema. Você vai sair decepcionado. Alguma outra coisa sempre vai ser mudada. E a Disney tem que dar continuidade para essa franquia de alguma maneira porque pagou caro por isso. Não tem como se utilizar os mesmos atores ou as mesmas situações. Até porque as críticas foram assim: no episódio VII, muita gente disse que havia sido copiado, era um episódio IV repaginado, e, no episódio VIII, "ah não, mudaram demais, esse não é o Star Wars que eu conheço". Então fica difícil, você encontrar um meio termo. Devido a essas críticas, eu acredito que a Lucasfilm tenha optado por trazer um diretor conhecido, que ela tivesse controle total da produção, e que ficasse num patamar que conquistasse principalmente famílias. Porque é um filme leve, é um filme gostoso. Você citou o exemplo de Uma Mente Brilhante, eu não sei se chega nesse patamar. Porque é um filme mais dramatizado, é um filme que faz você pensar mais. E Solo não, é um filme pra você se divertir apenas. É você pegar uma sessão de cinema pipoca pra se divertir. Seja em família, seja sozinho, eu acho que atingiu o intuito, que é se divertir.

Raul Maia: O Ron Howard... ele tá na família, bem dizer, né. Ele mesmo conversou com o George Lucas... O George Lucas foi lá assistir à premiere do lançamento do filme. Então eles já sabiam quem trazer pro time, sabe. É uma pessoa que já tava trabalhando com eles, assim como o Jon Favreau, outros atores, pessoas que eles já conheciam o nível de qualidade. E agora comparando a outros filmes, bem eu não sou um cinéfilo igual ao Marcelo, então eu não assisti muita coisa assim do Ron Howard pra dizer se é igual, compatível, menor, mas é um filme que vai te divertir. Ele é um "summer movie", como eles falam lá fora, ao pé da letra. Vale a pena sua risada, você comer uma pipoca, ter aquele divertimento momentâneo e curtir a sessão.

Alexandre Agassi: Como um Sessão da Tarde mesmo, né?

Raul Maia: Exatamente. Acho que esse é o intuito do filme, sabe. Ele agrada todos os tipos de público. Porque ele tem drama, ele tem comédia, ele tem ação, então ele vai agradar da criancinha ao pai que leva, o irmão mais velho, a mãe, que tem momentos femininos muito fortes nesse filme, representatividade não faltou, então agradou a vários públicos.

Alexandre Agassi: E agora eu vou começar os spoilers [risos]. E quanto a decisão de colocar, a aparição do Darth Maul... Vocês acham que foi uma decisão muito arriscada? Porque assim é um ponto muito crucial pra trama, além do próprio fã service, é algo assim, que pra trama andar precisa daquela aparição, sabe. E isso é um pouco polêmico, porque muita gente não viu Clone Wars, muita gente não viu Rebels. Mas ele aparece nas duas séries animadas.

Raul Maia: Eles tiveram aí um trabalho muito forte, o storygroup da Lucasfilm. E durante o filme você já vai tendo dicas, porque a todo momento eles falam: "olha, o Dryden não é chefão. O Dryden responde a alguém. Sempre tem um peixinho maior, como o Qui-Gon falava lá o primeiro filme". E eles tacarem o Darth Maul, de primeiro momento, teve pessoas na nossa sessão que falavam: "ué, mas ele não morreu no episódio I?" Morreu, mas o filme, ele vem de uma amarração com o universo expandido que eles criaram em livros, HQs, animações, que faz todo o sentido. O filme tá localizado numa linha do tempo que faz sentido aquela aparição. Eles tiveram o cuidado de chamar o ator que fez ele no episódio I e o dublador que faz ele nas séries pro personagem não fugir de momento algum de quem ele já foi representado em outras mídias. Então o filme tem que ser assim levado como principal por Star Wars ser um conteúdo que foi lançado no cinema? Sim, mas eles só acrescentaram uma coisa que melhorou o filme, sabe. Como a gente teve o Darth Vader lá no Rogue One, que deixou todo mundo tremendo na cadeira e tudo mais, eu acho que eles não podiam repetir e botar o Vader novamente. Mas eles jogaram alguém de peso tão forte quanto e, pra mim, funcionou super bem.

Alexandre Agassi: E você [Marcelo] quer comentar alguma coisa?

Marcelo Forchin: Não, é que ele tá falando mais da parte de dramatização, mais da parte de história e tal. Pra mim, eu acho que faz parte do mercado, pra mim, é mais mercadológica a coisa. Eu acho assim: todo mundo concorda que o Darth Maul, quando surgiu no episódio I, ele adquiriu uma grandeza muito maior do que se esperava. Então chegou esse personagem que talvez pudesse ofuscar o Vader. Pra mim, a decisão de matar ele logo no primeiro episódio é que nenhum vilão pode ser tão bom ou tão maior do que Vader. Por quê? Porque é a galinha dos ovos de outro da Lucas. É assim... não existia nenhuma intenção de colocar ele em Rogue One. E de repente tem uma cena lá que todo mundo vai e fala: "cara, Rogue One é demais porque tem o Vader". As pessoas esquecem que tem todo aquele "esquadrão suicida" de verdade lá, e só lembram do Vader [risos]. Então pra mim, a decisão foi mercadológica: "vamos trazer um cara que já tem todo um histórico, é um vilão na acepção da palavra, que tipo, ele não tava nem aí se o cara lá morreu. Ele vira pra Q'ira e fala: "pega uma nave aí e venha me encontrar. Ah morreu? Dane-se!" Pra mim, é mercadológico."

Alexandre Agassi: E o que vocês esperam do futuro... assim da saga e se seria uma ofensa talvez não fazer uma continuação ou uma trilogia e parar aí? O que vocês esperam da saga e da Lucasfilm em geral?

Marcelo Forchin: Olha, eu sou "facinho" de agradar. Eu tô esperando aí muito, muito mesmo, uma nova animação. O Dave Filoni já falou que é baseado em pilotos. E Segunda Guerra é um assunto que me atrai muito. O avô dele já foi combatente em uma das grandes guerras. Vale esperar pela animação tanto ocidental quanto oriental. Duas séries sendo produzidas. A gente ainda não sabe se são séries de filmes, séries de seriado ou mini-séries fechadas como as da HBO, por exemplo. Mas, para mim, cara, o futuro do universo é dos melhores. Não poderia ter época melhor pra você começar a curtir Star Wars do que agora. É muita coisa boa vindo aí.

Raul Maia: Sim, eles têm um cuidado com o produto de Star Wars, que a qualidade dele tem que se manter. E eles não mantém isso só filme. Eles mantém isso em livros, em HQ; tudo isso tem uma qualidade: você quer começar a ver Star Wars? "Ah mas eu não gosto de ver filme". Vai ler um livro. "Ah mas eu não gosto de livro". Tem história em quadrinhos, tem o jogo de vídeo game pra você jogar horas e horas pra você conhecer um pouco mais o personagem. Então como ele falou, a gente tá na época de ouro de Star Wars. Já tem boatos e boatos de mais quatro ou cinco filmes, tirando os episódios normais que também vem por aí. Seriado, animação, então eu acho que só começou a vir Star Wars mesmo na era Disney, sabe. E eles tão tendo um cuidado muito grande de tipo assim... agradar todos os públicos. Pode não ser agradar geral, 100%, mas que eles tão preparando uma nova geração de fãs, isso é certeza. Então você pode esperar Star Wars, que acabou de fazer 41 anos, põe mais 41 anos, que as crianças hoje já estão gostando e vão gostar muito mais.

Esta foi a entrevista que nós da Be Geeks fizemos com o pessoal do Conselho Jedi em relação a Han Solo: Uma História Star Wars. Mas gostaríamos de saber a sua opinião em relação ao filme. Gostou? Acha que merece uma trilogia? É melhor parar por aí? Deixe seu comentário abaixo!

 POSTS RECENTES 
bottom of page