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Lucas Venancio

Jurassic World: Reino Ameaçado | Crítica: Filme traz novos ares a franquia e a leva para um novo mun


A maioria dos grandes clássicos devem se manter intactos como obras primas da cinematografia? Tocá-las ou dar continuações podem ser consideradas um pecado para muitos críticos e fãs de uma franquia consolidada. Entretanto levar essas marcas e ícones da cultura pop em diante podem ser bem-vindas?

Um belo exemplo de sucesso desse novo momento no cinema hollywoodiano, chamado de requel ( Um filme que revisita o assunto de um filme anterior, mas não é uma refilmagem ou linear na continuação de seu enredo), é a nova trilogia de Star Wars.

Contudo, Jurassic World (2015) trouxe essa premissa de remake/continuação, mantendo a essência da saga clássica "Jurassic Park". Já na continuação Jurassic World: Reino Ameaçado (2018), o diretor J.A. Bayona trás novos ares, argumentos e novas propostas para expandir esse "mundo dos dinossauros". Levando cenas que muitas vezes são mais voltada para um horror do que uma trama fantasiosa de ação, como podemos notar no primeiro filme. No entanto, a "nova" franquia sofre com desgastes prévios e não consegue se reinventar, assim as situações se reverberam durante o longa.

Os personagens Nick Wan Owen (Chris Pratt) e Claire Dearing (Bryce Dallas Howard), agora com botas, retornam a ilha Nublar para a tentativa de salvar os dinossauros de uma erupção na qual irá matá-los. Dessa forma cria-se um plano de levá-los à lugar seguro com auxílio de um grupo de "protetores de animais", que na realidade são contrabandistas de animais. As tomadas de cenas de explosões e fotografia são críveis e o CGI dos dinossauros são realistas, já que também tiveram a contribuição de animatrônicos, o que faz com que o telespectador se sinta cativado, imerso e com uma sensação de suspense na qual Bayona quer nos inserir.

Todavia, o diretor mantém o clima de tensão para nos levar a trama principal, a mansão. O cenário da mansão no clímax do filme nos remete a um castelo medieval de fantasia na qual conta com uma noite nublada, chuva e trilha sonora clássica de thrillers. Assim, dando um espírito das antigas fábulas de horror europeias, como Drácula e Frankenstein. As tomadas de câmeras são feitas com precisão, mostrando várias perspectivas de uma única cena e diversos close-up, indicando o clima de tensão dos personagens.

Porém, o vilão da sequência é irrelevante para as consequências da trama principal, mostrando-se fraco do começo ao fim. E a nova espécie de dinossauro geneticamente modificado usada para ser uma arma realizada pelo cientista Henry Wu, o Indoraptor se revela pior que o gigante poderoso Indominus Rex do primeiro longa. Apesar de tocar em temas mais polêmicos como os direitos dos animais, se os seres humanos podem ou não cruzar as espécies em prol da ciência e a relação de afeto de Owen com Blue, a Raptor, que é adestrada pelo personagem de Pratt em Jurassic World. A continuação não consegue sair dos plots (viradas) consagradas dos filmes anteriores.

Entretanto, Jurassic World: Reino Ameaçado realiza a difícil tarefa de agregar novos valores a franquia e ainda assim consegue ser um ótimo filme de ação, divertido e puro entretenimento. A sequência talvez seja a mais sombria dos demais filmes da franquia criada por Steve Spielberg. E nitidamente notamos que essa nova trilogia pode fechar com chave de ouro, revelando o porquê ser fora do nome Jurassic Park e sim ao Jurassic World.

Nota: 3,5/5

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