Crítica | Anna – O Perigo tem nome – O poder feminino por Luc Besson
Dirigido por Luc Besson (O Quinto Elemento, Lucy e Valerian: A Cidade dos Mil Planetas) e estrelado por Sasha Luss, Helen Mirren, Luke Evans e Cillian Murphy. O longa Anna – O perigo tem nome conta uma história ambientada na guerra fria, na qual a jovem russa Anna Poliatova é treinada como uma letal agente da KGB. Cansada da repressão de seu governo, a jovem se envolve em uma complexa trama em busca de liberdade.
Apesar de não ser o maior trabalho do diretor, Luc Besson ainda se destaca pela forma como retrata personagens femininas fortes. Em sua carreira, o cineasta aborda as mulheres como duronas e independentes, mas sem deixar de lado a beleza e sensibilidade dessas personagens. Anna é mais uma nessa concepção.
A modelo e atriz estreante Sasha Luss fez seu primeiro trabalho com Besson no filme Valerian: A cidade dos Mil Planetas, interpretando uma pequena coadjuvante. Agora, na posição de protagonista, a jovem russa mostra que está apta para exercer um papel exigente. A personagem é empática e serve ao propósito de contar sua história; além de ser incrível em suas cenas de ação.
Mas o destaque fica para a coadjuvante de Helen Mirren. A atriz veterana mais uma vez se destaca como a figura da mulher vivida e experiente que serve de inspiração para as mulheres de hoje; isso tanto a atriz quanto a personagem.
Luc Besson sempre soube retratar mulheres duronas em filmes de ação, mas esse longa tem uma pegada mais feminista do diretor. Uma mensagem que pode ser entendida é que as mulheres são fortes o suficiente para se cuidar e proteger sozinhas, e nunca devem colocar suas esperanças em um homem como se ele fosse a salvação suprema.
Os personagens de Luke Evans e Cillian Murphy representam essa ideia. Ambos são vistos como os personagens masculinos fortes que tratam a protagonista com cuidado e proteção, mas no final das contas são só homens falhos e que trabalham em prol de seus interesses, e, no final, são apaixonados manipulados.
Apesar de apresentar cenas de ação descentes, o filme falha em balancear certos conceitos, apresentando um desequilíbrio narrativo. A montagem é feita de forma grosseira, com flashbacks bagunçados. As cenas vão de um momento para um anterior, e novamente outro anterior, na intenção de explicar as reviravoltas na trama. Isso acaba exigindo uma atenção firme do espectador. Apesar de ser bom para tratar de uma história sobre espionagem, cheia de desconfiança e reviravolta, essa ferramenta narrativa é desconfortável.
Não sendo um filme de destaque, o longa promove um entretenimento básico. Mas acaba por ser uma história esquecível, com personagens dos quais não se lembra o nome quando pensa no final.
Nota: 2,5 de 5
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