X-Men: Fênix Negra salva a personagem, mas não a franquia
X-Men: Fênix Negra chega para ser a despedida dos personagens diante do comando da Fox, que celebra seu vigésimo ano produzindo os filmes dos mutantes. Depois da tragédia de X-Men: O confronto final, o diretor Simon Kinberg tenta recontar uma nova historia de Jean Grey e da Fênix, que agrade os fãs e respeite o legado da mesma.
Já nos primeiros minutos de filme vemos cenas de impacto emocional com a morte dos pais de Jean, o tom revela ser mais sombrio que os filmes anteriores da geração atual de atores. Após a perda de Jean, Charles Xavier "Professor X" decide levá-la para seu instituto de jovens superdotados com objetivo de ajudar a criança a controlar seus poderes, assim mostrando que Grey é normal como todo ser humano e tem escolhas a fazer. Fazendo um paralelo a questões pertinente no universo dos X-Men nos quadrinhos, o preconceito e medo diante da sociedade.
O primeiro ato do longa é agitado perante a uma radiação solar que prendeu um ônibus espacial na orbita da Terra e a tripulação corre perigo. Contudo, os X-Men são chamados ao velho estilo telefonema com fio do presidente dos Estados Unidos. O time Xavier se apresenta em tela com seus novos uniformes preto com detalhe amarelo no X, uma clara referência da roupa usada no arco E- de extinção de Chris Claremont.
Os mutantes vão ao espaço pela primeira vez e percebem que devem ser rápidos, antes que o ônibus exploda. Na cena em questão vemos o foco no trabalho em equipe liderado pela Mística de Jennifer Lawrence. Já era previsto, pois o time estava indo para um treinamento na última cena de X-men Apocalipse (2016) com os trajes clássicos das HQs, algo nunca visto antes na franquia que adotava o couro no inicio da franquia.
A personagem de Jean Grey (Sophie Turner) nota que a unica solução é tentar dissipar a radiação, mas acaba absorvendo. Sendo uma boa adaptação da introdução da entidade Fênix em seu corpo, diante dos quadrinhos. Na volta a Terra vemos que os X-Men são idolatrados pela sociedade e já estão como heróis estabelecidos após a batalha contra o Apocalipse no filme anterior.
Assim, começa a jornada de Jean, lutando contra seu lado mal e lidando com seu poder corrompido dentro de si. Diferente de X-Men 3, Ciclope (Tye Sheridan) está presente como um par romântico definitivo de Grey na trama do filme. Parte das motivações dela é evitar que machuque as pessoas que amam, pois quando a Fênix desperta nada sobra a sua volta, além da destruição.
Somos apresentados a personagem de Jessica Chastein que veio a Terra para buscar a força Fênix para reconstruir seu antigo planeta que foi devastado pelo mesmo. Jessica não impressiona nas cenas do filme e suas motivações são rasas perante a maioria dos vilões apresentados no cinema ultimamente. Assim, contando com um vilão fraco, repleto de frases de efeitos e que manipula Jean com informações jogadas em tela.
Um dos pontos positivos do filme é trama de Charles Xavier que vira um coadjuvante para o filme que o foco da narrativa é a história da Fênix, o personagem de James McAvoy é essencial na construção do roteiro e tem seu fechamento digno no filme. Um dos vilões mais queridos dos fãs, o Magneto, que é interpretado por Michael Fassbender, aparece pouco em cena e não tem relevância na trama principal do filme. No longa ele aparece como um fã service para uma discussão chata que permanece durante o filme todo e está disposta a matar Jean.
Porém, um dos bons momentos do mutante de magnetismo é suas cenas de ação e da maioria dos personagens da história, onde vemos nitidamente o uso dos poderes mutantes de cada um. Salve em exceções para a tempestade que vira piada em um momento. O uso do 3D e da computação gráfica é agradável e empolga mais que a narrativa.
O sétimo filme dos mutantes nas telonas está longe de ser o melhor da franquia, mas é um fechamento digno para a história que começou em primeira classe.
Nota: 3,5/5
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