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Paulo Lídio

Fugitivos – 1ª Temporada | Crítica: Mais um sucesso da Marvel, agora com adolescentes


Quando foi anunciado em 2017 que a Marvel pretendia lançar mais uma série, muitos fãs especulavam que se tratava de mais uma parceria com a Netflix. Porém através de outro serviço de streaming, o americano Hulu, a casa das ideias nos trouxe os Fugitivos, com 10 episódios em sua temporada de estreia. Dando um breve resumo desses heróis nos quadrinhos, ele foi lançado pela Marvel Comics em 2003 através do selo Tsunami da editora. A HQ apresentava um grupo de adolescentes (Alex, Chase, Nico, Chase, Gert, Molly e Carolina) que descobrem secretamente que seus pais fazem parte de uma organização criminosa, quase que uma seita, chamada Orgulho.

No quesito de fidelidade e inspirações nos quadrinhos, a série começa muito bem a apresentação ao público. Visto que não se tratam de heróis nível A ou B da Marvel, a tendência é que fosse complicado gerar empatia aos espectadores. Porém o que ocorre é justamente ao contrário, visto que a temática não se prende somente ao heroísmo. Para mim é interessante saber que mesmo com o sucesso de seriados como Demolidor, Jessica Jones, Agents of SHIELD, e outras mais, a Marvel soube se reinventar dentro de seu próprio universo e abranger um novo público: jovens e adolescentes. Os dramas e problemas passados pelos personagens durante a primeira temporada fazem com que esse público crie um relacionamento com a série, principalmente pela variedade cultura e étnica presentes na série.

Um grande defeito no seriado fica por conta do elenco de apoio. Apesar de sermos apresentados inicialmente aos pais dos protagonistas, fica complicado gerar uma relação com eles. Dramas complicados e desnecessários para justificar sua participação na organização Orgulho são mostrados e aprofundados, mas não geram a empatia necessária com o público. O seriado também demora muito a apresentar o vilão principal, gerando uma alta expectativa no espectador. Porém apesar da boa presença de tela do personagem (sem spoilers), no fim das contas não conseguimos ver seu real potencial, algo que pode decepcionar quem não estiver disposto a acompanhar a segunda temporada.

O roteiro do seriado não nos trás nada de inovador, mas sabe trabalhar muito bem com os clichês de Hollywood. Através do suspense e aventura, é muito fácil se pegar assistindo episódio atrás de episódio devido ao gancho deixado entre um capítulo e outro. A trama fluída também contribui para que não hajam episódios desnecessários, problema que vem sendo recorrente nas séries da Marvel já citadas acima nesta crítica. Os efeitos visuais são aceitáveis, visto que o orçamento disponível para a primeira temporada foi limitado, aguardando se o público aceitaria a série. A tendência é que ocorra uma melhora na segunda temporada (já confirmada oficialmente pela Hulu e Marvel), visto que além do orçamento maior, os poderes dos jovens Fugitivos não são tão complexos de serem elaborados.

Nitidamente a Marvel e a Hulu possuem um grande material em mãos. Os Fugitivos mostram que para o estúdio se reinventar, basta apenas caçar em seu histórico de quadrinhos e produzir conteúdo de qualidade. Trazer um público jovem é importante para diferenciar dos demais que acompanham as outras séries do estúdio com outras produtoras. Os produtores inclusive confirmaram que o seriado faz parte do MCU (Universo Expandido da Marvel), logo, não se surpreenda se na segunda temporada as conexões aumentarem e nos trazer um material de mais qualidade. Apesar de não mostrar nenhuma conexão com o MCU ou outras séries da Marvel (exceto uma camel surpresa), a série consegue ser autossuficiente para angariar sua própria audiência.

Nota: 4/5

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