Lucifer – 5ª Temporada (Parte 1) | Crítica: Mesmo com clichês, o Diabo ainda consegue segurar seu pú
Lucifer – 5ª Temporada (Parte 1) | Crítica: Mesmo com clichês, o Diabo ainda consegue segurar seu público (Foto: Netflix / Divulgação)
Quando a Netflix salvou a série Lucifer de seu cancelamento, os fãs ficaram ansiosos para conferir o padrão de qualidade da gigante do streaming com o carismático Rei do Inferno. As expectativas foram cumpridas, visto que a quarta temporada foi um sucesso de audiência e crítica, o que acabou gerando um anseio de como seria o quinto ano do seriado. Pois bem, sabendo do nível de exigência de seus fãs, a quinta temporada foi dividida em duas partes com oito episódios cada, onde logo de cara percebemos o “padrão Netflix de qualidade” para suas produções originais. Entretanto, dependendo de como a segunda parte for finalizada, talvez este padrão não seja a melhor opção.
Em uma era onde o consumo é cada vez maior, não é crime dizer que muitos diretores e produtores abusam de clichês para vender um produto que está em alta com o público. Lucifer não escapou disso, pelo contrário, de todas as suas cinco temporadas, esta primeira parte da última trouxe elementos que de certa forma até estariam saturados, mas graças a atuação fantástica de Tom Ellis, funcionam perfeitamente e trazem episódios bem fluídos sem cansar o expectador. Não é segredo para ninguém que Lucifer é uma série que poderia funcionar muito bem sem nenhum elenco de apoio, uma vez que devido ao carisma e talento do ator Tom Ellis conseguimos no relacionar de imediato com o Diabo.
Muito mais de Tom Ellis: Lucifer tem como principal antagonista seu irmão gêmeo, o Arcanjo Miguel (Foto: Netflix / Reprodução)
Tanto que logo de cara nesta temporada somos introduzidos a um novo personagem, que por sinal, é até o momento o vilão: o Arcanjo Miguel, irmão gêmeo do Lucifer, que obviamente acabou sendo interpretado pelo próprio Ellis. Trazendo ao público brasileiro algo que temos em excesso na dramaturgia nacional, a trama do “Gêmeo do Bem x Gêmeo do Mal” funciona de forma coesa, já que Miguel e Lucifer só compartilham a aparência, sendo totalmente opostos com suas personalidades e valores. Mais uma vez, vale a pena ser repetitivo e elogiar o talento de Tom Ellis, que mostra desenvoltura ao interpretar um personagem totalmente oposto de Lucifer, onde definitivamente conseguimos diferenciar um do outro, porém ambos com extrema qualidade em tela. O mais perfeito disso é saber que o entrosamento de Lucifer e Chloe Decker (Lauren German) permanece intacto, mesmo que siga incomodando a eterna dificuldade de ambos permanecerem juntos. A adição de Miguel a trama contribui para a detetive trazer ainda mais questionamentos sobre se relacionar ou não com o demônio.
Ao mesmo tempo em que o personagem principal jamais decepcionou o público durante os cinco anos do seriado, o mesmo não pode ser dito do elenco de apoio. A cada temporada que se passa, fica nítida a dificuldade dos produtores em criar arcos coesas e cativantes para as tramas paralelas de Lucifer. Um exemplo a ser dado é a relação entre Amenadiel (D.B. Woodside) e a Doutora Linda Martin (Rachael Harris), que poderiam ter evoluído agora que possuem um filho metade anjo e metade humano, mas que seguem com os mesmos papéis desde sempre: o anjo que ajuda todos na Terra e a psicóloga pessoal de todos os personagens. Indo mais além, os demais membros do elenco ficam limitados a apenas terem histórias e pouco tempo de tela, somente para que a trama principal prossiga: Mazikeen (Lesley-Ann Brandt) com sua eterna amargura contra Lucifer, Ella Lopez (Aimee Garcia) como alívio cômico e fofo, Dan Espinoza (Kevin Alejandro) eternamente de luto por sua amada e com apenas uma cena relevante em toda primeira parte da quinta temporada e o cara mais emblemático, Trixie Decker (Scarlett Estevez), que por muito tempo foi um dos pontos altos de todo seriado, e que hoje, limita-se a participações especiais em um episódio ou outro.
O episódio em preto e branco no passado foi um dos raros momentos em que os coadjuvantes ganharam tempo em tela (Foto: Netflix / Reprodução)
Somado a questão do elenco, retornamos a questão dos clichês impregnados nesta temporada. Por se tratar de um universo vasto de opções divinas, além do acesso rápido entre o céu e o inferno, esperava-se uma trama um pouco mais elabora, trazendo algo mais original ainda em relação a Lucifer. A expectativa não se cumpriu, nos dando apenas uma boa e velha novela mexicana ao estilo de “A Usurpadora” (1998), usando a boa e velha fórmula dos irmãos gêmeos opostos e que se odeiam, gerando problemas na vida amorosa de um deles e na família. O problema não é utilizar este método, mas sim gastar oito episódios, que se iniciaram muito promissores, para resolver algo que merecia mais tempo. Os dilemas entre Lucifer e Miguel são resolvidos de maneira fácil, questionando os expectadores se realmente há a necessidade de uma segunda parte, ao invés e lançar os dezesseis de uma vez. Caso não haja cuidado, a depender dos desfechos desta quinta temporada de Lucifer, certamente veremos a série rondar um encerramento precoce.
Quando Lucifer e Chloe poderão finalmente ficar juntos? Quem sabe na segunda parte da quinta temporada (Foto: Netflix / Divulgação)
Na briga entre o céu e o inferno, quem se deu bem foi o Diabo. Apesar de não trazer um material tão envolvente como a quarta temporada, Lucifer conseguiu ao menos trazer novos elementos nesta primeira parte de sua quinta temporada. Muita coisa pode não agradar e precise de melhoras quando a segunda parte chegar, entretanto, ainda há esperanças de ouvir por muito tempo: “O que você realmente deseja?”
Nota: 3/5
E você, o que achou da quinta temporada da Lucifer? Deixe sua opinião nos comentários!
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