Supergirl – 5ª Temporada | Crítica: Oscilação prejudica a jornada da heroína
Supergirl – 5ª Temporada | Crítica: Oscilação prejudica a jornada da heroína (Foto: The CW / Divulgação) O ‘S’ em Krypton significa ‘Esperança’, mas a CW deveria se preocupar um pouco mais, uma vez que a série da Supergirl está longe de representar este símbolo tão importante na mitologia de Kara Zor-El. Desde sua primeira temporada, o seriado vem passando por altos e baixos, não conseguindo engrenar o tom correto para ter uma linha tênue coerente, seja com vilões a altura, ou com tramas mais atrativas ao público. Infelizmente para os fãs, o erro se repetiu nesta quinta temporada, deixando o futuro da nossa kryptoniana favorita cada vez mais nebuloso.
Mesmo que ambos partilhem quase da mesma origem, os produtores de Supergirl necessitam entender de uma vez por todas que a heroína não é seu primo, o Superman. Veja bem, ninguém aqui está dizendo que um é melhor ou pior do que o outro, mas sim que cada um possui seu devido valor, histórias e personagens de seus núcleos nos quadrinhos. Isto posto, é triste ver que a cada ano que se passa, o canal se preocupa mais em fazer da heroína uma versão feminina de Clark Kent, algo que há muito tempo não é mais feito nos quadrinhos, do que desenvolver uma histórica rica que atraia o interesse dos fãs por si só.
A CW precisa entender que a Supergirl é tão importante em seu universo quanto o Superman (Foto: The CW / Divulgação) Não podemos dizer que as falhas citadas acima sejam culpa da protagonista, já que Kara Danvers/Supergirl (Melissa Benoist) realmente incorporou tudo que a personagem representa. Esperança, coragem e heroísmo são partes fundamentais que nós conseguimos ver em tela, mas que saem prejudicados em decorrência da trama. Após o megaevento ‘Crise nas Infinitas Terras’, onde o universo compartilhado de heróis da CW sofreu alterações que possibilitariam mudanças positivas para o seriado, a situação apenas piorou. Parece que Supergirl anda em círculos, sem conseguir desenvolver seus personagens, que estão estagnados e sendo totalmente ofuscados em decorrência do foco principal, mas de uma maneira não positiva.
Entendemos que nunca foi tão importante como na fase que passamos atualmente que se fale de minorias, gêneros, refugiados, dentre outras pautas importantes. Inclusive, escolher a Supergirl, uma alienígena refugiada na Terra que se torna uma heroína, é a tacada perfeita para ser o símbolo disso tudo. Todavia, isso deve ser feito de forma natural e fluída, sem transparecer que a intenção dos produtores por trás disso seja apenas falar de um assunto em alta para ganhar mais audiência. Um exemplo é a relação de Alex Danvers (Chyler Leigh) e Kelly Olsen (Azie Tesfai), um casal LGBTQ+ que mais parece um romance teen ou até mesmo uma novela. A série que se preocupou tanto em mostrar o processo de aceitação da sexualidade da Alex em seus primeiros anos, hoje simplesmente parece manter a personagem no elenco para criar cenas adicionais no decorrer dos episódios. Outro exemplo de algo que começou muito bem, mas que até agora ainda não se justificou, é Nia Nal/Sonhadora (Nicole Maines), uma super-heroína transexual, interpretada por uma atriz transexual, que busca lutar contra os preconceitos diários contra uma sociedade intolerante. Pois bem, isso aconteceu, mas em uma série de dezenove episódios, optar por um único para debater sobre o tema não parece ser a melhor opção, inclusive desvalorizando tudo o que a personagem representa.
A heroína Sonhadora, que começou tão importante no universo da Supergirl, está cada vez mais limitada ao papel de ajudante (Foto: The CW / Divulgação) Aliás, o maior defeito de Supergirl desde a sua primeira temporada está atrelado a necessidade dos produtores do seriado em vincular a personagem a uma figura masculina. Sim, entendemos que heróis e heroínas em geral possuem um interesse romântico, faz parte do clichê dos quadrinhos, não há como negar. Entretanto, para quem acompanha a série desde sua primeira temporada, sabe que a personalidade Kara Danvers/Supergirl é forte o suficiente para que não haja a necessidade de forçar um namorado para ela. Jimmy Olsen (Mehcad Brooks), Mon-El (Chris Wood) e agora William Dey (Staz Nair), todos esses já fora potenciais nomes para par romântico da Supergirl, inclusive com alguns chegando a desenvolver um relacionamento mais longínquo com a personagem. Todavia, o que todos possuem em comum, é o fato de serem ofuscados pela independência da heroína, o que cada vez mais me leva a crer que vale a pena focarem mais em desenvolver suas amizades, como Lena Luthor (Katie McGrath), por exemplo, do que um romance propriamente dito.
Uma coisa é certa a ser dita sobre a quinta temporada de Supergirl: a introdução de Lex Luthor (Jon Cryer) ao elenco regular. Se antes suas participações especiais já despertavam a atenção do público, agora um dos melhores vilões da DC Comics está realmente fazendo jus a sua participação em tela. Se os fãs antes estavam receosos sobre como Jon Cryer, conhecido principalmente pela sua veia voltada à comédia graças a sua atuação em ‘Dois Homens e Meio’, o ator conseguiu reverter toda essa desconfiança e transformar em um personagem sólido, trazendo sua própria versão deste vilão megalomaníaco, que ao mesmo tempo que possui uma aura obscura, também sabe como se adaptar ao tom mais ‘alegre’ que este universo possui. Resta saber se agora com o lançamento da série ‘Superman & Lois’ teremos Lex Luthor enfrentando cara a cara os primos kryptonianos.
A genialidade de Lex Luthor é o ponto de salvação da série nesta quinta temporada (Foto: The CW / Divulgação) Confesso que após o fim de ‘Arrow’, o universo compartilhado de séries da CW não me parece tão confiante e imponente como em outrora. Se temos séries fortes e estabelecidas, como ‘Lendas do Amanhã’, ‘Raio Negro’ e ‘Batwoman’, ao mesmo tempo acompanhamos as consagradas ‘The Flash’ e ‘Supergirl’ passando por momentos de incerteza e transparecendo que o ‘Arrowverse’ está mais em crise do que nunca. Agora é torcer para que o ‘S’ no peito do uniforme da nossa heroína traga esperança de um futuro melhor ao seriado.
Nota: 2/5
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