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Paulo Lídio

The Flash – 6ª Temporada | Crítica: Sem evoluir, série apresenta mais do mesmo


The Flash – 6ª Temporada | Crítica: Sem evoluir, série apresenta mais do mesmo (Imagem: The CW / Divulgação) Foi-se o tempo em que The Flash era a série que trazia um clima mais agradável e que remetia aos quadrinhos nas séries da CW. Não é de hoje que observamos cada vez mais reclamações por partes dos fãs, o que acaba refletindo diretamente na audiência do seriado. A grande questão é saber o porque da abordagem do Velocista Escarlate é mais voltada a uma novela teen ao estilo de ‘Malhação’, além de dramas em excesso que fazem inveja a qualquer novela mexicana.

Era esperado que após o megacrossover ‘Crise nas Infinitas Terras’, onde o Flash (Grant Gustin) tem um papel de grande importância, fosse um ponto de partida para a recuperação não só da temporada, mas também do seriado como um todo. Lego engano de nossa parte. Se antes do megaevento a série focou na dinâmica de relacionamento do “Team Flash” contra o vilão Dr. Ramsey Rosso (Sendhil Ramamurthy), também conhecido como Hemoglobina. Tirando o fato de que a equipe segue com os maçantes discursos motivacionais e muitas tramas paralelas, que costumam não levar a nada de relevante, o vilão até tem seus momentos, porém sem conseguir trazer uma motivação plausível e preso no eterno discurso do Flash, que tenta resolver tudo na base da conversa. Sabemos que o Flash do universo CW é mais voltado para o lado emocional do que o lado cômico que vemos nos quadrinhos, mas é irritante para quem acompanha o seriado depender do elenco de apoio para ter um herói mais carismático, ao invés do Barry Allen tão cabisbaixo.

Iris West (Candice Patton) até o momento não definiu a sua importância na série, além de ser o par romântico do Flash (Foto: The CW / Reprodução)

Iris West (Candice Patton) até o momento não definiu a sua importância na série, além de ser o par romântico do Flash (Foto: The CW / Reprodução)

Isto posto, após os eventos da Crise, acompanhamos como o Flash se relaciona com o mundo após a extinção do multiverso. Obviamente que isso traria consequências à Terra Prime (universo onde pertencem os heróis da CW), causando mudanças fortes e que alteraria tudo que Barry já viu e viveu. A premissa parecia ótima, mas os roteiristas pareciam preguiçosos para trabalhar com esse layout de fundo, pois a série basicamente seguiu o seu rumo, trocando apenas o vilão principal (sem spoilers) e mais uma vez trazendo tramas paralelas, algo mais voltado para novelas do que um seriado de super-heróis.

Outro erro grave que a CW precisa consertar para que consiga fazer o seriado durar mais alguns anos é especificamente a dinâmica entre Barry Allen (Grantin Gustin) e Iris West (Candice Patton). Não é de hoje que o clima de romance entre o casal passa do ponto, sendo tão forçado a ponto de não transparecer que realmente se trate de algo romântico. É totalmente possível que eles possam permanecer juntos, mas desde que também possuam arcos separados. A série já mostrou que a Iris pode ser independente e trazer boas histórias em Central City, mas parece que os produtores têm uma certa dependência de causar o eterno clichê de “Herói Salvando Mocinha”, onde constantemente não importa o que a jornalista faça, o Flash sempre irá salva-la.

Depois de um começo tímido, Ralph Dibny (Hartley Sawyer) praticamente leva a série nas costas (Foto: The CW / Reprodução)

Depois de um começo tímido, Ralph Dibny (Hartley Sawyer) praticamente leva a série nas costas (Foto: The CW / Reprodução)

Entretanto, sendo justo, existem pequenos pontos da série que ainda valem a pena assistir, nos deixando um pequeno fio de esperança para que haja dias de glória novamente para o Velocista Escarlate. Ralph Dibny (Hartley Sawyer), o nosso querido e amado Homem Elástico, é o ponto de salvação da série. Muitas vezes, não é exagero dizer que ele é o que mais se aproxima da personalidade do verdadeiro Flash. Com piadas inteligentes e um grande coração, ele é que mantém o tom leve da série, que é carregada de peso e drama. A cada ano que passa, ele ganha mais espaço e importância no “Team Flash”, substituindo aquele Cisco Ramon (Carlos Valdez) pré ‘Flashpoint’, onde o personagem sofreu uma grande alteração e até hoje não conseguimos ver novamente.

E é claro que também outro personagem possui destaque, pois o que para muitos pode ser repetitivo, para outros como eu é uma jogada de gênio da produção: Harrison Wells (Tom Cavanagh). Após a extinção de todo multiverso, todas as personalidades do Doutor Wells ficaram presas no cérebro do explorador Nash Wells, que acaba sofrendo uma crise de identidade e trazendo algumas pessoas indesejadas a trama (sem spoilers). Ao mesmo tempo que gostamos de ver esse ótimo ator nas telas, isso evidencia o quanto o elenco não consegue dar conta e é sempre necessário trazer elementos do passado para resolver a situação.

Presente desde a primeira temporada, o ator Tom Cavanagh interpreta todos os Doutores Wells do multiverso com maestria (Foto: The CW / Reprodução)

Presente desde a primeira temporada, o ator Tom Cavanagh interpreta todos os Doutores Wells do multiverso com maestria (Foto: The CW / Reprodução)

Infelizmente (ou felizmente, dependendo do ponto de vista), a temporada de The Flash se encerrou com apenas dezenove episódios em virtude do surto do Covid-19. O final não se mostrou promissor, a série segue no mesmo ritmo e fica cada vez mais difícil esperar uma nova revolução no seriado. É bom que o Flash corra o mais rápido possível para resolver os seus problemas, pois caso contrário, a corrida de Barry Allen pode estar cada vez mais próxima de seu fim.

Nota: 2/5

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